Sexta Feira 12: Begotten

Begotten

Trago aqui o primeiro post sobre um curta metragem (na verdade um média metragem, mas ok…). Nada melhor que começar com um dos filmes mais bizonhos, já produzido pela mente de um ser humano…lhe apresento Begotten.



Antes de qualquer comentário, vamos a história: Deus cria o mundo, não curte o próprio trabalho e se mata por isso…do corpo do Deus morto, nasce a mãe natureza (Gaia), que masturba o corpo do mesmo (é…) e com o sêmen dele se fecunda. Dessa cópula (?) nasce quem? A humanidade (olha que lindo), um feto deformado que é mais tarde abandonado em um deserto pela mãe, assim pronto para ser encontrado por uma caravana de canibais (??) que desmembra e se alimenta do bebê-humanidade. FIM.



Digno de um Oscar não é?

Mas é claro que a bizarrice não termina ai…o diretor Elias Merhige queria dar a sua obra, uma ar antigo, tentar passar a ideia para o espectador, de que aquela seria a versão gravada, do pergaminhos do mar morto (???), logo ele utiliza uma técnica, ao mesmo tempo trabalhosa e simples. Ele pegou um filme em preto e branco, feito para slides que estava vencido, filmou todas a imagens, e após isso passou o mesmo por uma luz muito forte (quem conhece um pouco de fotografia e cinema sabe o que isso acarreta nos agentes químicos do filme) e por fim deixou o rolo a mercê do tempo por algum tempo. Tudo isso deu ao filme uma aparência granulada, antiga, queimada, como se ele tivesse passado milênios enterrado em alguma caverna, só esperando para ser encontrado por alguém…



Não podemos negar que o cara teve visão ao pensar em tudo isso, gostando ou não do resultado. Mas…qual é esse resultado? Assistam e tirem suas conclusões:



Sinceramente? Na primeira vez que eu tentei, não consegui ver esse até o filme até o final…toda a obra tem um clima muito medonho, e ao mesmo tempo chato, monótono, que pede ao espectador um pouco (muita) de vontade para chegar até o fim.
Tenho que admirar a coragem (ou burrice) do diretor em mexer com temas tão delicados com a sensibilidade de uma marreta e conseguir com isso colocar seu nome entre um dos mais citados dentro do cinema maldito…

Begotten sem dúvida é uma obra sem igual, para quem se interessa pelo cinema underground é indispensável.